A arquitetura sustentável vai muito além de tendências ou da adoção de tecnologias para redução de custos. Trata-se de um compromisso consciente com o meio ambiente e com a qualidade de vida das pessoas que ocupam os espaços construídos. É uma abordagem que une criatividade, conhecimento e respeito à natureza.
Com um MBA em construções sustentáveis, desenvolvi a tese “Rota SVA”, que explora os caminhos do Sol, do Vento e da Água em um projeto arquitetônico. Esses elementos, quando integrados de forma inteligente e orgânica, transformam o modo como percebemos e vivemos a arquitetura.
O Sol: O Convidado de Honra
A luz natural não é apenas uma fonte de economia, mas também de saúde. Convidar o sol a entrar em uma construção é trazer vitamina D e bem-estar para os moradores. Ambientes iluminados pelo sol reduzem a necessidade de iluminação artificial durante o dia e proporcionam uma conexão maior com o mundo exterior. Em países como o Brasil, com uma das janelas solares mais generosas do mundo, aproveitar estrategicamente essa luz natural é um caminho sustentável e inteligente para projetos de alta performance.
O Vento: O Renovador de Ambientes
Sabia que ambientes internos podem ser até 80% mais poluídos do que o ar externo? Isso acontece porque, ao criar espaços hermeticamente fechados, impedimos que o vento natural atue como um filtro natural, dissipando partículas suspensas. Incorporar “ventos amigos” nos projetos significa garantir uma renovação constante do ar, melhorando a saúde e o bem-estar de quem ocupa o espaço. Não se trata apenas de evitar poeira, mas de permitir que a natureza trabalhe a nosso favor, proporcionando ambientes mais saudáveis e equilibrados.
A Água: O Elemento Transformador
Os espelhos d’água não são apenas um recurso estético. Quando utilizados estrategicamente, eles contribuem para modificar o gradiente térmico de uma construção, ajudando a manter o ambiente mais fresco e agradável. Trazer a água para dentro de uma construção – seja através de fontes, paredes ou até mesmo pequenos cursos d’água – cria uma atmosfera de tranquilidade e promove um equilíbrio térmico que reduz a dependência de sistemas artificiais de climatização.
A sustentabilidade não se limita a adotar painéis solares ou sistemas tecnológicos. É também sobre aproveitar os recursos naturais de forma passiva e eficiente. No Brasil, onde temos uma abundante janela solar e um clima diverso, é essencial pensar em estratégias que integrem esses elementos ao projeto desde sua concepção.
A arquitetura sustentável precisa começar no processo criativo. Incorporar práticas sustentáveis desde os primeiros traços do projeto garante que o resultado final seja não apenas funcional, mas também alinhado com os princípios de preservação ambiental e respeito ao planeta.