A arte de projetar à mão livre.
Eu sempre gostei muito de desenhar. Quando eu tinha cinco anos de idade, minha mãe me presenteou com uma caixa de lápis de cor com 12 cores, daí surgiu o gosto pela arte do desenho. Eu aprendi a desenhar observando a minha mãe também desenhando, só que somente o talento natural não foi suficiente. Foi quando eu comecei a estudar eu fiz um curso de desenho publicitário, depois eu fiz a faculdade de Arquitetura e Urbanismo e o desenvolvimento da arte do desenho foi o que me proporcionou a capacidade e a autoridade para projetar com a firmeza de um traço que gera convicção do desenho de uma futura edificação.
Algo que fazemos na empresa de modo recorrente é usar folhas de sulfite e também de papel manteiga ou mesmo papel vegetal. Nós fazemos vários croquis e estudos na tentativa de chegar à perfeição de um projeto eficiente. Somente a partir daí nós vamos para o mundo tecnológico. Partimos para os softwares tanto de arquitetura quanto de engenharia para viabilização de um projeto. Acreditamos na força de um traço certeiro porque ele mostra a intenção de uma mente, mostra uma intenção poética, a identidade dessa arte tão linda que também acessa a mente das pessoas. É quando conseguimos fazer com que a função assuma a forma necessária para acessar a mente e as necessidades das pessoas. As pessoas estão no centro de tudo e projetaram a mão livre, é, e sempre será, algo único, inexorável. É assim que nós trabalhamos.
Certa vez, quando desenhei o projeto de um prédio para um cliente, ele me disse algo muito interessante: que os meus traços são certeiros. Daí surgiu o slogan “Traço certeiros”, algo muito impactante e que de uma forma intensa traduz aquilo que gosto de fazer que é justamente desenhar. Como já bem disse nosso mestre Oscar Niemeyer quando fala sobre o traço de um arquiteto: um traço na arquitetura se for bem conduzido pode chegar ao patamar de uma obra de arte. Acredito que desde a antiguidade o gesto intencional de um cérebro que pensa, quando sinapses acontecem e quando os neurônios transitam da mente por um braço chegando até uma mão, é algo muito forte porque traduz a intenção e um gesto do desenho e acredito que todos podem e sabem de alguma forma desenhar. Quando a gente era criança desenhava sem medo de ser feliz, a gente era espontâneo e traduzia o mundo conformes nossas concepções, e agora a gente cresce e muitas convenções instaladas na sociedade e a timidez aparecem e ofuscam a arte que está dentro de cada um.
Enquanto ministrava uma palestra em uma universidade em Uberlândia me perguntaram sobre esse medo, o caos existencial que muitos profissionais sentem quando veem diante de si uma folha em branco. Me questionaram como que eu via tudo isso como era minha reação, eu disse o seguinte: eu, a lapiseira e o papel temos uma cumplicidade muito intensa, quando traço numa folha em branco a folha e a lapiseira me dizem como querem ser conduzidos, é uma intimidade e cumplicidade muito grande.
Projetar é um momento sublime e singular. Ele acontece quando as linhas se transformam em uma sinfonia de croquis que se transformam em projetos que transformam você. É bem isso que somos: simplicidade, excelência no ofício. Do jeito mais humano servimos nossos amigos clientes. Desenhando, nossa fórmula é criatividade, competência, compromisso e caráter. Simples assim e funciona. Somos apaixonados e alegres pelo que fazemos, somos arquitetura da felicidade.
